Caso Mãe Bernadete: Suspeitos de envolvimento na morte da líder quilombola vão a julgamento popular

Três homens acusados pelo Ministério Público pelo assassinato de Maria Bernadete Pacífico Moreira, a líder quilombola conhecida como Mãe Bernadete, vão a julgamento popular. A decisão foi tomada, nesta segunda-feira (22/7), pela 1ª Vara Crime de Simões Filho, acatando pedido do MP.

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Arielson da Conceição Santos, Marílio dos Santos e Sérgio Ferreira de Jesus serão julgados por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, de modo cruel, sem possibilitar a defesa da vítima e para assegurar a execução. Arielson também responderá por roubo. A Justiça manteve a prisão preventiva dos três.

Dois outros acusados, Josevan Dionísio dos Santos e Ydney Carlos dos Santos de Jesus, estão foragidos. O processo foi desmembrado para permitir o julgamento dos três detidos.

De acordo com o MP, a sentença judicial destaca que, em “dezenas de oitivas de familiares e moradores da localidade Quilombo Pitanga dos Palmares”, foi “unânime o relato de que a vítima, fundadora e importante liderança da comunidade, era figura reconhecida pela luta referente ao assentamento, reconhecimento do quilombo e pelo combate à exploração ilegal de madeira e à prática de tráfico de drogas”.

As investigações apontam que os réus integram organização criminosa, cujo líder seria Marílio, conhecido como “Maquinista”, também integrante de outra facção com atuação em Salvador e Região Metropolitana.

Segundo o Ministério Público, as apurações chegaram a conclusão de que Mãe Bernadete foi executada porque se posicionou de maneira firme contra a expansão do tráfico de drogas na região e contra, especificamente, a construção da barraca ‘Point Pitanga City’, na barragem de Pitanga dos Palmares.

Ainda de acordo com o MP, além de funcionar como ponto de venda de drogas de Marílio e Ydney, a barraca foi construída de forma ilegal, uma vez que o local é área de preservação ambiental.

Relembre o caso

Na noite do dia 17 de agosto de 2023, homens armados invadiram o local onde estava a líder quilombola. Mãe Bernadete pensou que os assassinos eram assaltantes.

Segundo as investigações da ‘Operação Pacific’, realizadas pela Polícia Civil com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do MP e da 7ª Promotoria de Justiça de Simões Filho, a líder religiosa foi alvejada com 25 tiros de arma de fogo em várias partes do corpo.

A informação do crime foi dada à polícia pelo neto de Bernadete, Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, de 22 anos, que fazia companhia a ela na noite do crime. Além dele, estavam com a líder quilombola dois adolescentes de 13 e 12 anos.

Depois de matarem Mãe Bernadete, os suspeitos levaram os celulares da líder quilombola e dos netos. Sem telefone, Wellington utilizou o aplicativo de mensagens que estava aberto no computador, para pedir socorro para pessoas que vivem no quilombo.

Depois disso, ele deixou os familiares adolescentes com um vizinho e foi até o terreiro de candomblé, que fica dentro do Pitanga dos Palmares, para ligar para a polícia. Os suspeitos chegaram e saíram do quilombo de moto.

 

 

 

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