Chacina com nove mortes na Bahia foi motivada por ciúmes, diz polícia

Corpos foram achados na manhã de segunda-feira (29)

A Polícia Civil da Bahia afirmou, no fim da manhã desta terça-feira (29/8), que a chacina com nove mortes em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, foi motivada por ciúmes. O caso ocorreu na manhã de segunda-feira (28) e, horas depois, um suspeito de envolvimento com a ação criminosa foi preso e outros dois – entre eles o mandante do ataque – morreram em confronto com policiais civis.

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Delegados Christhiane Inocência Coelho e Marcos Tebaldi — Foto: João Souza/g1
Delegados Christhiane Inocência Coelho e Marcos Tebaldi — Foto: João Souza/g1

Conforme a delegada Christiane Inocência Coelho, diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), os quatro autores do crime fazem parte de uma facção criminosa. Porém, o que motivou a ação foi ciúmes do mandante contra uma das vítimas, identificada como Preá – que era procurado pela polícia e tinha mandados judiciais expedidos por lesão corporal, tráfico de drogas, homicídio e violência doméstica.

“Estamos trabalhando com [a hipótese de] crime passional e as diligências permanecem. Não posso informar nomes, porque comprometeria o andamento das investigações, mas temos um alvo principal e um alvo aleatório”, disse a delegada, complementando que a polícia está em busca do quarto homem.

Segundo a diretora do Depom, o alvo dos criminosos, Preá, “era ex-namorado da atual namorada do mandante do crime”. “Entre as vítimas, está uma senhora de prenome Cristiane, que é a mãe da atual namorada do executor”, acrescentou.

Cristiane e Preá estavam na casa incendiada, juntos com mais três crianças, dois adultos. Estavam também no mesmo imóvel um bebê, que foi poupado pelos criminosos e foi resgatado pelo pai, e um adolescente de 12 anos, que está hospitalizado com lesões graves.

“Possivelmente, eram pessoas de uma mesma família nessa casa, mas só vamos ter certeza a partir dos exames. Os corpos estavam carbonizados, não terminou ainda o processo de identificação. Se não tem dados de identificação, não tem como termos nomes delas. Sabemos que são sete pessoas mortas na mesma casa, mas quem eram essas pessoas, só a perícia vai afirmar”.

 

As três crianças e o adolescente são irmãos da mulher que namorava com o mandante do crime – ela estava fora de casa quando tudo aconteceu e não teve nome divulgado. O bebê tem entre um ano e meio a dois anos, e foi resgatado pelo pai. Não foi detalhado como ocorreu o resgate, nem o grau de parentesco dele com as outras pessoas no local.

Sobrevivente salvo por ‘verdadeiras mártires

Menino conseguiu se salvar após se esconder debaixo de cama, mas sofreu queimaduras graves — Foto: Reprodução/Jornal Nacional
Menino conseguiu se salvar após se esconder debaixo de cama, mas sofreu queimaduras graves — Foto: Reprodução/Jornal Nacional

O menino de 12 segue internado na ala de queimados do Hospital Geral do Estado, na capital baiana, em estado gravíssimo, de acordo com a polícia. Ele teve queimaduras em mais da metade do corpo e já prestou depoimento.

Segundo a delegada, o garoto se escondeu debaixo de uma cama e, por isso, não foi visto pelos criminosos durante ação. Mesmo com ferimentos causados pelo fogo, ele conseguiu sair na rua pedindo socorro e bateu nas portas de alguns vizinhos, até ser acolhido por duas moradoras em um dos imóveis. Ambas foram mortas a tiros.

“Essas duas senhoras são verdadeiras mártires dessa barbárie. Elas abriram a porta para essa criança, oportunidade em que os executores perseguiram a criança e mataram as senhoras”, afirmou Christiane, ressaltando que no segundo imóvel não havia indícios de fogo, nem outros ocupantes.

Durante a manhã, o Departamento de Polícia Técnica informou que foram identificadas duas vítimas: Clícia Costa Magalhães, de 35 anos, e Sara Miranda Magalhães, 56 anos. A Polícia Civil não confirma se havia grau de parentesco entre elas, em qual das casas elas estavam, nem se elas foram as que salvaram o menino.

 

Até o início da tarde desta terça, os corpos de todas as vítimas seguiam à espera de familiares para serem liberados do Instituo Médico Legal de Camaçari, também na RMS.

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