Padrasto é condenado por matar enteado com 160 doses de insulina

Julgamento aconteceu uma década após crime; mãe da criança foi inocentada

O Tribunal do Júri condenou, neste sábado (21/10), o técnico de informática Guilherme Raymo Longo a 40 anos de prisão pela morte do enteado Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, quase dez anos atrás. A mãe do garoto, a psicóloga Natália Ponte, foi absolvida pelo júri também ontem.

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Joaquim foi achado morto no Rio Pardo, em Barretos (SP), cinco dias depois de desaparecer em Ribeirão Preto, em novembro de 2013.

Guilherme Longo foi acusado de usar uma alta dose de insulina na criança, que tinha diabetes, e depois jogar o corpo do menino em um córrego que passava perto da casa da família. Ele usou 166 unidades de insulina na criança, segundo acusação do Ministério Público.

O padrasto foi condenado a cumprir pena rem regime fechado, condenado por homicídio qualificado por motivo fútil, recurso que impossibilitou a defesa e meio cruel. Ele está preso desde 2018, quando foi detido pela Interpol na Espanha e extraditado para o Brasil.

Já a mãe da criança respondia em liberdade desde 2014, acusada de omissão por não impedir o convívio do filho com o padrasto, mesmo sabendo que ele era usuário de drogas e tinha um perfil violento. Ela foi inocentada.

O julgamento do crime durou seis dias. O pai da criança, Artur Paes Marques, foi testemunha no primeiro dia, com um desabafo emocionante.

Menino Joaquim | Foto Reprodução

Ciúme 

Natália e Guilherme Longo se conheceram em uma clínica para dependentes químicos em Ipuã, no interior de São Paulo. Ela atuava no local como psicólogo e ele ficou internado como paciente. Em 2012, começaram um relacionamento.

Natália tinha um filho, Joaquim, fruto do casamento com o ex-marido, Artur. Em 2013, ela ficou grávida de Guilherme Longo e teve um segundo filho. Na época, os dois e Joaquim foram viver em uma casa no Norte de Ribeirão Preto, mas a relação começou a ter problemas porque Longo voltou a usar drogas.

Logo depois, diz o Ministério Público, a mãe descobriu que Joaquim tinha diabetes e isso complicou mais o relacionamento do casal. A criança precisava tomar insulina todos os dias. O MP diz que a doença do menino aproximou Natália e Artur – a criança era um elo entre o ex-casal e isso causava ciúmes em Longo.

Em 4 de novembro de 2013, Joaquim assistia desenhos no celular no quarto da mãe e do padrasto. Natália dormiu – ela estava cansada com os cuidados do filho caçula de quatro meses. Longo teria tentado tirar o celular de Joaquim para ele dormir também, mas a criança chorou.

O padrasto levou o menino para o quarto dele e deu mamadeira para ele. A criança adormeceu. A investigação diz que logo depois Longo pegou a caneta de insulina e injetou 166 doses do medicamento em Joaquim.

Depois, com Joaquim desacordado, ele levou o menino até o córrego Tanquinho, que passava atrás da casa da família. Chovia muito e o nível da água estava alto. Ele atirou o corpo do garoto.

Pela manhã, mãe e padrasto chamaram a polícia para reportar o sumiço de Joaquim, que diziam não saber explicar. Com ajuda de um cão farejador, o rastro até o córrego foi descoberto e o corpo acabou sendo encontrado cinco dias depois, a 120 km do local.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Joaquim foi jogado na água já sem vida, porque não havia água nos pulmões. O corpo não tinha sinais de violência. A insulina não deixou sinais, porque é absorvida rapidamente pelo corpo.

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