“Vou estuprar todos vocês”, disse presidente da Caixa a funcionários

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, é alvo de uma série de denúncias de assédio sexual por parte de funcionárias da instituição financeira. Este é o primeiro caso público do tipo envolvendo um alto funcionário do governo Jair Bolsonaro (PL).
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O caso foi revelado pelo portal Metrópoles, que também denunciou uma série de descontroles e assédios morais cometidos por Pedro Guimarães, que foi cotado para ser candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro para as próximas eleições presidenciais.
Em 25 de abril deste ano, durante a feira Agrishow em Ribeirão Preto/SP, o presidente da Caixa ficou tão irado ao ouvir críticas de clientes. Na ocasião, ele ameaçou retirar o emprego de funcionários do banco estatal.
Antes, em fevereiro deste ano, Pedro Guimarães ficou tão nervoso que esmurrou e destruiu um painel com a marca do banco em uma reunião presencial com os funcionários que participaram.
No final de 2021, em outra reunião com funcionários do agronegócio na Caixa, inclusive mulheres, Guimarães chegou a usar a seguinte expressão, em mais de um momento:
“Se não fizerem o que eu estou mandando, eu vou estuprar todos vocês”, disse o presidente da Caixa.
De acordo com o colunista Guilherme Amado, logo depois, várias pessoas da área perderam suas funções, mesmo entregando resultado expressivos.
Os casos, que estão sob sigilo, são investigados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo menos desde o ano passado, quando um grupo de funcionárias decidiu denunciar os abusos.
Pelo menos cinco delas, em condição de anonimato, concederam entrevistas ao Metrópoles. Na oportunidade, disseram que se sentiram abusadas por Pedro Guimarães em diferentes ocasiões, sempre durante compromissos de trabalho.
As mulheres relatam toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis com o que deveria ser o normal na relação entre o ele e funcionárias sob seu comando.
Os testemunhos estão relacionados a viagens realizadas por Pedro Guimarães como parte do programa Caixa Mais Brasil, criado por ele para descentralizar a gestão e dar mais visibilidade ao banco pelo país afora.
Uma das mulheres que concedeu entrevista e teve a identidade preservada disse que a depender da proximidade que tem com algumas das mulheres, Pedro Guimarães passa a se sentir “dono” delas.
“É comum ele pegar na cintura, pegar no pescoço. Já aconteceu comigo e com várias colegas”, diz. “Ele trata as mulheres que estão perto como se fossem dele.”
“Ele já tentou várias vezes avançar o sinal comigo. É uma pessoa que não sabe escutar não”. “Quando escuta, vira a cara e passa a ignorar. Quando me encontrava, nem me cumprimentava mais”, acrescentou.
A mesma funcionária revelou que a escolha das mulheres que integram a comitiva de Pedro Guimarães nas viagens é feita diretamente pelo gabinete dele.
Um dos critérios para seleção, conforme outra mulher, é definido de acordo com as preferências de Guimarães: “Tem um padrão. Mulher bonita é sempre escolhida para viajar”. “Ele convida para as viagens as mulheres que acha interessantes”, afirma.
Uma terceira mulher trouxe o seguinte fato: em outra viagem, duas funcionárias da equipe foram chamadas para ir à piscina do hotel encontrar Pedro Guimarães. Uma delas ouviu uma proposta indecente, feita por uma pessoa bem próxima a Guimarães: “E se o presidente quiser transar com você?”.
Procurado pelo portal Metrópoles, Pedro Guimarães não quis falar sobre o assunto. Em nota, a Caixa informou que não tem conhecimento sobre as denúncias de assédio sexual contra Guimarães e que tem protocolos de prevenção contra casos de qualquer tipo de prática indevida por seus funcionários.
“A Caixa não tem conhecimento das denúncias apresentadas pelo veículo. A Caixa esclarece que adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio. O banco possui um sólido sistema de integridade, ancorado na observância dos diversos protocolos de prevenção, ao Código de Ética e ao de Conduta, que vedam a prática de ‘qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal ou física de humilhação, coação ou ameaça'”, informou, em nota.

 

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